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Boris Fausto  

Fábula: do verbo latino fari, “falar”, como a sugerir que a fabulação é extensão natural da fala e, assim, tão elementar, diversa e escapadiça quanto esta; donde também falatório, rumor, diz que diz, mas também enredo, trama completa do que se tem para contar (acta est fabula, diziam mais uma vez os latinos, para pôr fim a uma encenação teatral); “narração inventada e composta de sucessos que nem são verdadeiros, nem verossímeis, mas com curiosa novidade admiráveis”, define o padre Bluteau em seu Vocabulário português e latino; história para a infância, fora da medida da verdade, mas também história de deuses, heróis, gigantes, grei desmedida por definição; história sobre animais, para boi dormir, mas mesmo então todo cuidado é pouco, pois há sempre um lobo escondido (lupus in fabula) e, na verdade, “é de ti que trata a fábula”, como adverte Horácio; patranha, prodígio, patrimônio; conto de intenção moral, mentira deslavada ou quem sabe apenas “mentirada gentil do que me falta”, suspira Mário de Andrade em “Louvação da tarde”; início, como quer Valéry ao dizer, em diapasão bíblico, que “no início era a fábula”; ou destino, como quer Cortázar ao insinuar, no Jogo da amarelinha, que “tudo é escritura, quer dizer, fábula”; fábula dos poetas, das crianças, dos antigos, mas também dos filósofos, como sabe o Descartes do Discurso do método (“uma fábula”) ou o Descar­tes do retrato que lhe pinta J. b. Weenix em 1647, segurando um calhamaço onde se entrelê um espantoso Mundus est fabula; ficção, não ficção e assim infinitamente; prosa, poesia, pensamento.

Projeto editorial de Samuel Titan Jr.
Projeto gráfico de Raul Loureiro

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Roupa suja (polêmica alegre)
Onde se faz o panegírico de alguns homens honrados da política republicana

Moacyr Piza

Chão Editora
Posfácio: Boris Fausto
 
Este pequeno livro é um raro testemunho, dentre muitos escritos esquecidos, da história brasileira das duas primeiras décadas do século XX. As razões do esquecimento são muitas, a maior delas talvez pelo fato de o autor, Moacyr Piza, no mesmo ano da publicação, envolver-se no dramático assassinato de sua ex-amante, Nenê Romano, seguida do seu próprio suicídio. Chocante na época, a fama do episódio superou a do livro — e talvez tenha repercutido muito mais do que toda a obra satírica do autor.
R$ 62,00
 
Brasil e Argentina
Um ensaio de história comparada (1850-2002)

Boris Fausto
Fernando J. Devoto

Tradução de Sérgio Molina
(textos em castelhano)
 
Neste ensaio inédito na historiografia da América Latina, Boris Fausto e Fernando Devoto comparam os principais momentos do desenvolvimento político, econômico e social das histórias do Brasil e da Argentina: a herança colonial, as relações entre Igreja, Estado e sociedade no final do século XIX; a crise dos anos 1930 e a construção do populismo; os ciclos de ditadura e democratização dos anos mais recentes.
indisponível
R$ 122,00

 
     
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